Homem que fez peeling de fenol morreu por respirar a substância usada no tratamento estético, aponta IML
18 jul 2024 - VariedadesMais de mês após a morte do empresário Henrique Chagas, de 27 anos, durante o procedimento estético conhecido como “peeling de fenol”, o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima teve uma parada cardiorrespiratória.
A perda súbita da função do coração aconteceu devido a um edema pulmonar agudo por inalar o fenol aplicado no rosto, de acordo com o documento da Polícia Técnico-Científica que a CNN teve acesso nesta terça-feira (17).
Essa condição é conhecida como “água dentro do pulmão”, devido ao acúmulo de líquido dos vasos sanguíneos em pequenas estruturas do pulmão, aos álveos. O edema compromete a troca de oxigênio, e sem ele, o coração para.
O procedimento estético ocorreu na clínica Natália Becker, em São Paulo. A mulher foi indicada por dolo eventual.
A perícia detectou o fenol na pele da vítima com “alterações cutâneas compatíveis com queimadura”. O laudo ainda afirma que Henrique tinha hemorragia alveolares em moderada intensidade.
(O relatório ainda aponta que a “escarificação” (cortes e feridas causados pelo procedimento) no rosto de Henrique podem ter facilitado a absorção do produto.) Reprodução Redes Sociais
No dia do procedimento, a vítima estava acompanhada do então namorado Marcelo Camargo. Em entrevista à CNN, ele conta que esperava o resultado do exame e pede por justiça: “Espero realmente que com esse laudo oficial possamos ver a justiça acontecendo. Nathalia não pode permanecer solta, impune”, afirma.
A perícia encontrou vestígios do produto químico na pele do paciente e conseguiu confirmar o que causou o problema nos pulmões dele:
“Cuja causa mortis, baseando-se nos achados, ocorreu por parada cardiorrespiratória em decorrência de edema pulmonar agudo desencadeado por ação inalatória do agente químico fenol”, informa o documento assinado pelo médico que fez o exame necroscópico em Henrique. “Consta a presença da substância química fenol na análise do fragmento de pele e tecido estuados em dose qualitativa”.
Ainda segundo o laudo, ao inalar o fenol, Henrique teve lesões internas na sua boca, “epiglote, laringe, traqueia e pulmões, culminando num edema pulmonar agudo responsável pelo êxito letal”. Essas alterações, segundo o documento, causaram “danos na função respiratória.”
O relatório ainda aponta que a “escarificação” (cortes e feridas causados pelo procedimento) no rosto de Henrique podem ter facilitado a absorção do produto.
Henrique tinha 27 anos e era dono de um pet shop em Pirassununga, interior de São Paulo, onde foi enterrado. Henrique pagou R$ 5 mil pelo tratamento. O empresário se queixava de marcas de acne que adquiriu na adolescência.
Fonte: G1