Lula diz que Musk tem que respeitar decisão do STF e não pode ficar ofendendo autoridades

30 ago 2024 - Brasil - Mundo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o dono do X (antigo Twitter), Elon Musk, deve respeitar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e não pode ofender autoridades brasileiras. As declarações foram dadas durante entrevista nesta sexta-feira (30).

“Todo e qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, que tem investimento no Brasil está subordinado à Constituição brasileira e às leis brasileiras. Portanto, se a Suprema Corte tomou uma decisão para o cidadão cumprir determinadas coisas, ou ele cumpre ou vai ter que tomar outra atitude”, disse o presidente à rádio MaisPB, em João Pessoa.

“Não é porque o cara tem muito dinheiro que o cara pode desrespeitar. Esse cidadão é um cidadão americano, ele não é um cidadão do mundo. Ele não pode ficar ofendendo os presidentes, ofendendo os deputados, ofendendo o Senado, ofendendo a Câmara, ofendendo a Suprema Corte. Ele pensa que é o quê?”, acrescentou.

Segundo Lula, Musk tem que “respeitar a decisão da Suprema Corte brasileira”. “Se quiser, bem, se não quiser, paciência. Se não for assim, esse país nunca será soberano. Esse país não é um país que tem uma sociedade com complexo de vira-lata”, continuou.

Na última quarta-feira (28), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o X nomeasse, em até 24 horas, um representante da empresa no Brasil.

Logo após vencer o prazo estabelecido por Moraes, a rede social anunciou que não iria cumprir a determinação do magistrado.

“Em breve, esperamos que o ministro Alexandre de Moraes ordene o bloqueio do X no Brasil — simplesmente porque não cumprimos suas ordens ilegais para censurar seus opositores políticos”, diz um comunicado publicado na própria plataforma.

Caso o ministro publique uma decisão determinando o bloqueio do X no Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) dependerá de uma notificação para encaminhar para as operadoras de internet no país a suspensão do acesso à rede social.

CNN Brasil